Além das tradicionais doenças que podem afetar a saúde mental dos trabalhadores, como por exemplo a depressão, a síndrome do pânico, a ansiedade, entre outras, uma outra patologia pode atingir a vida de alguns profissionais. A Síndrome de Burnout, conhecida também como Síndrome de Exaustão. Segundo uma pesquisa realizada pela Isma (International Stress Management Association) em torno de 30% dos mais de 100 milhões de brasileiros sofrem com o problema.
Um dos principais sintomas da Síndrome de Burnout é a despersonalização (a impressão de que se é estranho para si mesmo, além da diminuição ou ausência das emoções), seguida de sentimento de incompetência e inadequação para o trabalho, momento em que o profissional passa a duvidar de sua capacidade de realizar simples tarefas, não conseguindo mais se adequar à organização, diminuindo sua produtividade, podendo até adotar uma postura insensível e não profissional perante seus colegas e chefia.
É válido salientar que a pressão emocional e física decorrente do trabalho são fatores que contribuem para o surgimento da Síndrome de Burnout. Esta exaustão mental ocorre física e psiquicamente, sendo muito limitadora, trazendo impedimentos de realização de tarefas que antes lhe eram simples, perda de qualidade de vida, perda de memória, cansaço constante, sentimento de insuficiência, irritabilidade, entre outros. A Síndrome de Burnout faz com que o trabalhador seja incapaz de envolver-se emocionalmente com o trabalho.
Segundo Abreu (2002): “a exaustão emocional é caracterizada por um sentimento muito forte de tensão emocional que produz uma sensação de esgotamento, de falta de energia e de recursos emocionais próprios para lidar com as rotinas da prática profissional e representa a dimensão individual da síndrome. A despersonalização é o resultado do desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas, por vezes indiferentes e cínicas em torno daquelas pessoas que entram em contato direto com o profissional, que são sua demanda e objeto de trabalho”.
Consequências do Burnout
49% das pessoas com a síndrome desenvolvem depressão
92% dos afetados se sentem incapazes de trabalhar
O que sente quem tem Burnout
97% relatam ter exaustão, sem condições físicas e emocionais para fazer qualquer coisa
91% sofrem com desesperança, solidão, raiva, impaciência
Os motivos mais comuns para se sentir sob pressão (por ordem)
Sou Psicóloga e devo dizer que a psicoterapia pode auxiliar os profissionais que passam por este momento sensível em suas vidas. Com o apoio psicológico, o paciente poderá refletir sobre suas atitudes, suas rotinas e encontrar maneiras de melhorar sua qualidade de vida, lidando com a pressão ocasionada em seu trabalho, buscando o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional. No contexto atual, realmente é difícil não se deparar com alguns dos itens listados acima, por isso é de suma importância que estejamos preparados para lidar com estas frustrações.
Além disto, é importante que o profissional busque atividades que lhe propiciem “a descarga” do estresse acumulado: momentos de lazer com a família, prática de atividades físicas, prática da leitura, entre outras atividades.
Material de apoio:
Revista Galileu
Revista Profissional e Negócios
Artigo: Estresse ocupacional e Síndrome de Burnout no exercício profissional da psicologia